Wanda Cunha, escritora maranhense
Aqui, engraxam-se sorrisos
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FRANCISCO TRIBUZI: ENTRE O VERBO E A COR (Reportagem)

Francisco José Santos Pinheiro Gomes é sinônimo de cor e palavra. A priori,  optou pela pintura, seguindo a trilha do italiano Domingos Tribuzi, tio-avô do seu pai. Expôs seus trabalhos em várias mostras, nas quais logrou prêmios. No final da década de 70, ele entremisturou-se de pintura e literatura: “achava, a princípio, que a pintura era a minha arte. Ela não deixou de ser a minha arte, mas foi suplantada por uma arte maior, que é a poesia”, observa.

Publicou, em 1978, seu primeiro livro de poesia, intitulado “Verbo Verde”. Declama o Poema das Tardes, de sua lavra, com o qual ratifica a contiguidade entre palavras e cores: “Existe a tarde que eu invento e que arde/ Existe a outra tarde./A minha tarde é cinzenta/ e a tarde que existe e arde não é igual à tarde que se inventa./ Existe uma tarde e outra tarde/ entre a tarde que eu invento”.

É um poeta amplamente aplaudido nas principais antologias poéticas do Maranhão: “Atual Poesia do Maranhão”, de Arlete Nogueira Machado; “Hora de Guarnicê – 1 e 2”, “Poetas da Ponte” e “Poesia Maranhão do Século XX”, organizada por Assis Brasil. Também, os seus trabalhos foram publicados em “As Lâmpadas do Sol”, ensaio de Carlos Cunha e “Um degrau”, revista literária da UFMA.  Lembra os tempos de Guarnicê: “Foi uma antologia altamente festejada, porque mostrava toda a nova safra de poetas de São Luís. A antologia virou movimento", afirma.

Mesmo fincado à terra Natal, propagou sua poesia no Sul do País. Recebeu menção honrosa especial no 5º Concurso Nacional de Poesia, em dezembro de 1992, organizado pelo Instituto da Poesia Internacional, em Porto Alegre. Conquistou o 1º lugar no Concurso de Poesia “Dia Luz”, promovido pela Cemar, em 1995. Com o poema “Delírio Tremens”, recebeu medalha de ouro, no 18º Concurso Nacional de poesia, pela Revista Brasília, em 1996. Foi destaque especial no Concurso Nacional de Poesia, através da Revista Brasília, neste ano. “Achei por bem mandar minha poesia para fora do Estado, para melhor dimensioná-la”, assevera.

Em constante produção literária, Francisco Tribuzi leva ao prelo três livros: “Azulejado”, prefaciado por Herberth de Jesus Santos e  “Tempoema”, ambos de poesias. O terceiro, intitulado “Sob a ponte”, reúne contos. Ainda há uma safra de 60 crônicas, entre as quais trinta foram publicadas em jornal.

Aplaude os poetas do seu tempo: Rossini Correia, Luís Augusto Cassas, Raimundo Fontenele, Roberto Kenard, Viriato Gaspar, Valdelino Cécio, João Ubaldo, Celso Borges e outros.  Respeita e admira a nova geração: “Paulo Melo Sousa, Lúcia Santos, irmã de Zeca Baleiro, Fernando Abreu... Os poetas da nova geração estão coesos e estão tentando fazer um trabalho mais organizado junto à AME”. Mas desabafa: “A Literatura Maranhense é muito individualista”.

Entrementes, vê que há homens que buscam resgatar a memória dos filhos ilustres, como Aldionor Salgado, Secretário do Governo de Jackson. Também regozija-se ante o trabalho de Luís Pedro e sua equipe, junto à Func e o que  Nélson Brito faz junto ao Laborarte.

Seu pai, Bandeira Tribuzi, num plano espiritual superior, certamente retribui o orgulho que o filho sente do pai. E em nome do pai, do filho e da poesia, Francisco Tribuzi encontrou sua própria identidade: “Por mais que eu não quisesse, todos os dias eu amanheceria com a poesia norteando todo os meus caminhos. Por mais que eu quisesse fugir da  poesia, ela continuaria me perseguindo e eu me sinto feliz, por ser um eterno aprendiz dela.”





Wanda Cunha
Enviado por Wanda Cunha em 23/07/2010
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