Wanda Cunha, escritora maranhense
Aqui, engraxam-se sorrisos
Textos
De repente, teço...
Penso que preciso acordar de um sono profundo que durou muitas noites. Talvez a viagem tenha sido inusitada, e a passageira, em transe, não percebeu as paradas por que passou.
Talvez eu precise entender que dormir foi apenas um aeroporto no qual deixei a bagagem da vida passada sem paraquedas.
O tempo é um verdadeiro labirinto de ontens que não me leva a lembranças nem me deixa chegar ao futuro distópico.
Creio que preciso acreditar em qualquer coisa, menos em mim, porque o que restou de mim são alpercatas que se desgastaram no chão por amor aos pés, cujos caminhos ainda resistem às chegadas.
Wanda Cunha
Enviado por Wanda Cunha em 22/07/2021